POESIA] ARVORE DO MORRO
mouseart por Rafalski |
Ela se ergue tímida
Coxeando lá no morro
Feia e desnutrida
Coitada falta-lhe vida.
Uma arvore isolada no monte
Vejo-a pela janela
Tão solitária e pobrezinha
Descampada e sozinha.
Seus tristes galhos tortos
Não molduram nenhuma lembrança
O sol lhe toma por vítima
Mostrando sua desesperança.
Sua magreza me comove
Por vê-la distante no capão
Solitária e desprezada
Faz pena de doer o coração.
Só uns pés de mandioca
Fazem-lhe festa ao chão
Lá de cima não tem tempo
De olhar a mandioca no chão.
E perdida na procura
De um amigo a te olhar
Não vê que na distância
Estou nela a pensar.
Talvez venha um homem
Com um machado à mão
Colocar fim a pouca vida
Que lhe sobra no coração.
Para esquentar-lhe no inverno
Ou quem sabe aquecer o forno
Ou ainda na marcenaria
Sai uma peça em adorno.
Salve a arvore querida,
Que sustenta a doce vida
Salvem a árvore do morro,
Que arqueja em busca de socorro.
RIMLA - 2011-04-15
[AUTOR CONVIDADO] Almir Messias do Nascimento, professor de História e Geografia da Rede Pública de São Paulo.
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