ARS LONGA VITA BREVIS
Lona Handpainted |
Fora simples. Agora estava seca e só, mas solícita. Estava pronta para atender ao chamado da vida. Tornara-se leve.
Então, partiu.
Iria aonde ele, seu senhor, bem quisesse. Ele a quis e a agitou. Ela riu em rodopio.
Bailou sinuosa. Movimentos fluídos. Ia de lá para cá. Serena. Graciosa.
Desceu.
Singela.
Uma gangorra.
Um balanço.
O menino corre atrás da pipa. Sua corrida veloz a soergue, suspendendo-a um pouco mais, dá-lhe fôlego para mais um bailado.
Bela.
Leve.
Encanta.
Entretanto, só ele poderia convidá-la para a última dança.
Uma pirueta. Mais forte. Um salto duplo.
Arrasta-a em direção contrária.
Ela voa.
Pássara.
Acalma-se em seu balanço. Descendo lentamente, chega, suave, à lama mole, que a espera: parada... E ali ficará a espera da próxima vegetação, plantada em seu silêncio, até que um dia se torne muda. Enquanto isto ele, seu senhor, sopra-lhe esperança todos os dias.
ARS LONGA VITA BREVIS de Arlete Mendes é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported. Based on a work at www.aspirinasurubus.blogspot.com.
Transcende a realidade, esse seu texto. Li e reli. Metafísico. Isso. Diferente das crônicas anteriores. Perfeito!!!!!!
ResponderExcluirbjs querida!