Antônio nasceu e Karina também!
Professora
A meu querido J.P.R.
Quando Antônio nasceu, nem sabia que existia. Vestiram-no, com roupinhas enxovalhadas de outras crias, e lhe ensinaram a ser miúdo. Pior, que esperasse só as migalhas da vida e que não fizesse muitos planos. Afinal, sonhar alto não ficou para garotos que espetam o dedo no xique-xique. Mas, persistente e esperto como ele era, não se renderia tão fácil ao destino que lhe haviam desenhado.
Na época em que ele ainda usava fraldas, bem distante dali, Karina já andava e brincava com suas bonecas. Quase toda tarde, passeava na calçada com seu velocípede cor de rosa. Depois que aprendeu a dominar as palavras, ficou impossível que só ela! Apesar de questionadora, era fragilzinha, a pobre!
Os pequenos nasceram e cresceram em lugares diferentes, mas sempre se divertiam com a mesma lua que os vestia de delírios e devaneios. Recortavam-na. Depois, colavam a bola prateada no cantinho dos desatinos. Eles nem sabiam que ela havia sido pregada no mesmo lugar...
Antônio era o último dos rebentos e, nem por isso, faziam-lhe os quereres. Karina era a primogênita e desfilava entre a queridinha e a malcriada. Nesse tempo, Antônio só obedecia. E assim o foi, até criar as primeiras espinhas. Um dia, engrossou o pescoço e tocou sua vida com a ponta dos dedos. Dedos de menino avoado. Plantou o que não queria. Colheu o que não devia... Mal sabia ele que Karina, mesmo sem ter consciência do seu prumo, semeava a vida pros dois. Antônio tropeçou, caiu, esfolou-se todo, mas continuava na mira da mesma lua que alumiava os sonhos utópicos de Karina.
Já crescidinhos, Karina obedeceu. E Antônio desobedeceu. Foi justamente nesse contraditório que eles esbarraram a vista um no outro. Neste dia, Antônio soube por que precisava ir. E Karina, por que tinha de esperar.
Antônio, após desobedecer, entendeu que podia ser no mundo e passou a construí-lo com as suas próprias mãos. Mãos mais sólidas e seguras. Destemido, faz desenhos sobre a terra firme. Os desenhos, agora, eram só seus! Na verdade, Antônio não nasceu quando lhe cortaram o cordão, mas quando acreditou que podia extinguir toda a falta de sorte que haviam lançado sobre si. Nasceu... quando se debruçou sobre uma folha em branco e passou a escrever a sua própria história. E escreveu. E escreve.
Karina, por sua vez, percebeu que nascera quando Antônio agarrou-lhe pela mão e lhe mostrou o mundo pela força do amor que havia acumulado durante os sonhos noturnos. Noites de 4 fases.
Antônio também nasceu quando fez nascer os sonhos ocultos de Karina... (quem ninguém os saiba!)
Karina nascera para Antônio.
Antônio nascera para ser a vida de Karina.
Fim.
Não!
É aqui onde tudo começa...
“P.Q.P.
ResponderExcluirUm palavrão, vocês sabem qual, foi isto que saiu de minha boca assim que li mais este conto vestido de fantasia e nascido na água forte da verdade.
Pra quem sabe também palavras são só palavras até que coloquemos nela nossa energia.
Então o P.Q.P pode ser lido como : Catzo! SE a Reina não é escritora ninguém mais o é.
A história de Antônio e Karina é o seu livro, minha cara Mestre em língua espanhola.
Quer queira ou não.
Sou fã destes personagens, os amo e os leio perfeitamente, com grande emoção.
Não existe formulas ou regras, mas é a perfeição do encontro das mãos, que todos buscam.
“Karina nascera para Antônio.
Antônio nascera para ser a vida de Karina.
Fim.
Não!
É aqui onde tudo começa... “
A vida só segue seu rumo de vitórias quando entendemos isto.
Que em algum lugar alguém espera por nós. Para sermos sua vida e para fazermos dele a nossa.
Não é agora a hora, mas ela chegará, ainda que passe 40 anos Reina, lembre disto: escreva esta história, com calma, sem medo ou presa.
Antonio e Karina podem influenciar dezenas de centenas de meninos e meninas nascidos na mesma circunstâncias que seus personagens.
Nós somos dos tais que se renderam a força da vida, sem ceder as circunstâncias.
Isto é para poucos, partilhar isto é entender a força que temos.
Beijo Reina.”
Eliana Klas
Assistimos a esse filme para entender melhor as referencias desses personagens. Mas hj vejo q não precisava. Minha amada Reina é tão densa, tão pura, tão vida que dispensa qualquer nota de rodapé. Ela se explica em cada ato de amor e ternura que sai espalhando pela a vida a fora. Sorte a minha te encontrar nesta vida. Sorte maior a do Jotta. rs...
ResponderExcluirTexto rico,magno qual a autora.
Um enorme abraço
lete
prima ASS
Olá, Regiane!
ResponderExcluirAnda romântica, hein!
Abraços, Gilton
Meu Deus! E agora o que dizer diante de tão belo texto? Tudo que poderia escrevinhar aqui já foi tão bem enunciado pelas irmãs aspirinas. A mim só cabe, ler, reler, me encantar e enfim acreditar que o amor existe e atende pelo nome de Antonio e Karina.
ResponderExcluirParabéns, querida!
Forte abraço.
Ser começo é melhor do que ser o fim... beijos.
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